A verdadeira missão do gestor escolar é conciliar as demandas burocráticas e pedagógicas para garantir o sucesso do aluno.
O diretor sempre foi visto como “chefão da escola”. A palavra dele era ordem, não necessitava de outras colaborações administrativas na elaboração de algo na escola e era responsável por si e pela escola.
O gestor é mais articulado, tem grande apoio da mantenedora, são entusiastas, procuram novas ideias e inovações para melhorar o ambiente escolar e o aprendizado.
A escola tem como função social formar o cidadão, ou seja, ajudar o aluno a construir conhecimentos, atitudes e valores, ensinar a ouvir, pensar, analisar, questionar, opinar, entender, decidir, resolver, ser ético, solidário e participativo e ir de encontro aos seus anseios futuros.
Isso posto, vamos responder duas questões:
- Em que medida as condições sociais definem a escola?
- Até que ponto a escola pode transformar as condições sociais?
As duas perguntas trazem perspectivas de ações diversas e costumam vir à tona quando se reflete sobre o papel da Educação na sociedade. E esse sempre foi o grande desafio da escola, dar conta desse compromisso gigantesco: formar o cidadão mesmo diante das suas condições sociais.
A visão crítica
As famílias e a comunidade demandam da escola soluções para problemas sociais.
Ao gestor cabe criar as condições para que a realidade seja trabalhada de forma crítica em sala de aula. É ele quem responde por essa cobrança, pois é quem administra a escola e existe uma grande expectativa de transformação social através da transformação pessoal que a educação proporciona.
E não é só isso, o gestor ainda precisa dar conta de outras gestões como: do espaço, dos recursos financeiros, de questões legais, da interação com a comunidade do entorno e com a Secretaria de Educação e das relações interpessoais (com funcionários, professores, famílias).
A gestão escolar passou então a se aproximar dos princípios da gestão empresarial, onde a busca pela eficiência é o maior valor. E vem acontecendo então essa adaptação a realidade da gestão escolar, ou seja, o gestor deve ter uma visão global da instituição e, ao mesmo tempo, focada nos alunos.
A valorização humana
A postura do diretor imprime marca às relações interpessoais no ambiente escolar. Dizem que “a escola é a cara do diretor” e isso reflete a realidade, pois a maneira como o diretor enxerga o seu papel é decisivo para determinar a qualidade da escola.
E para isso, é necessário que a equipe perceba que o gestor é o articulador de demandas e soluções para a aprendizagem dos alunos. E nesse sentido, a equipe escolar deve funcionar como um relógio (cada ponteiro cumpre sua função e o resultado é a hora certa).
Cabe lembrar que todos na escola, do porteiro ao diretor, fazem parte do processo educacional e todos, sem exceção, devem agir de forma tal que reflita isso em sua postura.
O entorno
Deve-se estar atento ao bairro onde a escola está localizada e a equipe deve conhecer a realidade local.
Aqui o coordenador pedagógico tem grande importância. A parceria entre gestor e coordenador é uma das mais relevantes na construção de uma escola de qualidade. Para isso, eles precisam estar sempre muito afinados. A principal função do coordenador é cuidar da formação dos professores e fornecer subsídios para a gestão da sala de aula.
Há de se observar que nas últimas décadas, as demandas sociais em relação à escola têm aumentado substancialmente. Isso se deve ao crescimento da violência urbana, à falta de perspectivas profissionais e ao aumento da competitividade e do individualismo provocados pela globalização da economia.
E isso exige que a escola colabore para transformar esse cenário e melhorar o futuro dos alunos.
O foco educativo
O gestor tem a grande responsabilidade de gerir a escola, mas lidar com a burocracia não pode ocupar todo o seu tempo. Além de conhecer leis e normas e saber gerir recursos, o foco principal deve ser a aprendizagem dos estudantes.
Todos devem estar imbuídos do mesmo objetivo. E o gestor deve lembrar a todos o que o grupo quer ser e que alunos pretende formar. Não é tarefa fácil, mas gerir a escola e ainda ter visão pedagógica em todas as suas ações exige uma postura do gestor em garantir que a relação entre ensino e aprendizagem se concretize, a qualquer custo.